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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Ballet clássico : Amor ou Vício?

Por um curto período de tempo achei que eu tinha um problema sério, mas depois percebi que era só mais uma na multidão.
Sou viciada, aficionada, neurótica e totalmente dependente do ballet.
Ele esta em tudo no meu dia-a-dia, da hora que acordo me alongando, até a hora que durmo passando cataflan* no meu tendão de aquiles, que esta dolorido ultimamente.
Tenho cabelo bem comprido e me pego fazendo coques no trabalho, vejo vídeos na internet, procuro referências, discuto técnicas no msn, compro artigos com temas clássicos, ouço músicas de aula durante o trabalho e no carro.
Meu marido, minha família e algumas amigas não compreendem o tamanho da minha dedicação e muitas vezes até me repreendem por isso.
Pois em diversos episódios eu troquei um passeio,uma viagem, um jantar, uma balada, um shopping, por uma aula/ensaio do ballet.
Quando comecei a me questionar se realmente estava ficando maníaca com essa história, comecei a olhar em volta com atenção, vi diversos blogs que sigo de adultas dedicadas como eu,  Carol Lancelloti , Cassia Pires e outras com questionamentos parecidos e as que estavam bem diante dos meus olhos, as minhas companheiras de aula, que assim como eu se dedicam ao extremo ao ballet, com a plena consciência que não vai nos levar a lugar nenhum (profissionalmente falando).
Mas porque então?
É simples, muito, muito simples : Evolução.
Quando você começa a se dedicar, a evolução é visível e salta aos olhos. E não precisa nem que pessoas digam pra que você acredite, você mesma vê ali no espelho. Espelhos de sala de aula não mentem, eles dizem exatamente a realidade, mostram seus erros e defeitos sem misericórdia, mas seus sucessos também são exibidos.

Quem nunca terminou uma pirueta perfeitamente e parou maravilhada na frente do espelho sem acreditar no que tinha acabado de fazer?

Quem nunca foi iniciante de tudo e meses depois percebeu que tinha conseguido executar um movimento que achou que fosse impossível no primeiro dia de aula?

E isso é estimulante, é viciante, você começa a querer mais tempo de aula, mais aulas, mais entendimento técnico, mais evolução, mais tudo;

Porque o que você julgava impossível, passou a não parecer tãaaaao absurdo assim de se alcançar.
Você não é uma Svetlana Zakharova e provavelmente nunca será (vamos ser realistas) , mas porque não tentar conhecer o seu limite? Se é que temos limites.
Meu arabesque não é perfeito, ok. Daqui uns meses ele ainda não será, mas vai ser muito melhor do que é hoje.

O ballet é uma constante quebra de regras, paradigmas e limites físicos. 
Vou ser sincera, em muitos momentos eu me sinto até um pouco mais "especial" que outras pessoas que não dançam,  porque eu ultrapassei meus próprios limites e vou continuar ultrapassando dia a dia.
E é isso que me impulsiona, que me faz ser tão dependente do ballet; é essa ânsia de melhorar, de progredir, de ver no espelho a minha própria imagem fazendo coisas que eu apenas sonho.

Svetlana Zakharova


bjs!!
Tha FF
(homenagem especial a Dani Caroline)